terça-feira, 11 de janeiro de 2011

CONFITEOR I - CONTINUAÇÃO

29. O CONFESSOR E A PROSTITUTA

 Adentra o velho templo uma mulher sofrida.
 A mais terrível das moléstias, não conseguira destruir-lhe os traços de beleza.
 Guarda de outrora ainda, resquícios de nobreza.
 A natureza, lhe fora pródiga e amável.
 Excursiona com dificuldade, atravessa a nave e chega, junto ao confessionário, onde um velho monge dedilha seu rosário.
- Padre, boa tarde. Não vim pedir perdão. Sei bem, Deus não perdoa o ser, que sendo humano, torna-se profano, mais vil que um cão. Quero somente relatar alguns de meus pecados.
- Aproxima-te filha, senta-te ao meu lado e abre tu’alma, perfila, um a um, os teus desgostos. É cedo, não tenhamos pressa, tenhas calma!
          - Prepara-te padre, corar-vos-á o meu segredo. Somente hoje senti coragem. Antes tive muito medo. Fui feliz quando criança. Vivi a fidalga abastança. Moça linda, rica mulher. Tive um lar, fui milionária. Casei-me, meu esposo cobria-me de beijos. Porém, por mais que me agradasse, achava pouco. E, nesse mundo louco, não soube entendê-lo.
           Sentia-me angustiada dentro do palácio. Cada gentileza de um criado me dava a impressão da atitude estúpida de um palhaço. Queria ares outros, muita liberdade. Abrir minha alma à incógnita do mundo.
Um dia tomei uma decisão. Varri gaveta por gaveta, abri o cofre, arrebatei minhas jóias, uma fortuna. E, no mar das ilusões, fui buscar a branca e névoa espuma. Atravessei a última saleta, transpus o portão e fui respirar a liberdade, no mundo escravo da ilusão. Devolvi-me às futilidades de menina.
Ele viajava, era noite, a cidade brincava em sua orgia vespertina. As luzes iluminavam a larga praça. No céu azul, nenhuma fumaça escondia o brilho das estrelas. E, só de vê-las, era desvairadamente feliz. Pratiquei tudo aquilo que sonhei, o quanto quis.
Quando ele voltou, não sei quão grande foi o seu delírio. Sei que desceu de seu mundo, percorreu lugares, antes desconhecidos. Perambulou pelas ruas, pediu a deus clemência. Encontrou-me após grande insistência. Mas vendo-me envolvida na podridão da lama, tal foi seu inusitado drama que chorou, chorou...
Trazia em seus olhos vermelhos uma expressão de horror. Mas eram duas chamas ardentes, que ainda falavam de amor. Emudeci, tranquei-me calada. Na janela, a Lua passava enamorada. Na grande sala, as prostitutas, profissionais do amor artificial, perplexas, bestificadas, presenciavam aquela cena de dor.
Ele estendeu-me a mão e, entre soluços, disse-me: - “Levanta-te, volta, eu te perdoo”!
 Não obstante, a bondade, estampada em seu rosto, enojei-me de mim mesma, senti enjoo. E prossegue: “Vamos, nosso lar te espera. Amanhã, ao surgir da outra aurora, será para nós uma nova Primavera”!
Envergonhada e orgulhosa, mistificada e vaidosa, preferi o fel das desilusões. De lá para cá não há o que o mais o diga. Brilhei nos cabarés, fui prostituta de esquina, troquei a vida de feliz menina, pela de desgraçada rapariga. Vendi ilusões, usei maconha, sobejou-me a mais minúscula vergonha.
Nos primeiros tempos, nos cabarés, em pé, fui aplaudida, conheci os altos e baixos de qualquer perdida. Fui nobre do vício, galguei altares de sexo, rastejei calçadas. Vivi os delírios das aparentemente intermináveis madrugadas.
De tudo o que fui, restam-me estes farrapos. Estou aqui, neste templo, não para pedir perdão. Narro apenas o que fui e o que sou.
E, assim dizendo, a velha prostituta cala-se e nada mais o padre escuta.
Ele pasmado, buscando dentro de si, o bem e o mal, que praticara, também, lembra-se de sua imperfeição de outrora. Quando ainda jovem, do confessionário, fizera o veículo da prostituição dos lares. De arrependido e mudo, começa a falar: - “Mulher, tu que partes para a eternidade, vai lá e pede ao Santo, Eterno Padre, que me perdoe por Deus. Porque foste pequena, ainda uma verbena, perto dos crimes meus”.
O padre, falando assim alto, tendo a mulher caída ao seu lado, percebe que estava rodeado pelas carolas da igreja. Desvairado, sai pela praça e, na arruaça da criançada que o vê, tudo aquilo ainda era pouco. O Cura estava, completamente, louco!...
No piso da igreja a moribunda rasteja, cumprindo o seu fadário. Chega até as imediações do sacrário. Num só segundo relembra toda sua passagem pelo mundo. Em último esforço ergue seus braços e pede perdão ao Nazareno: “Senhor, quero pedir-te perdão, perdoa-me, lava de minha alma esta podridão mesquinha!”
Sobre o altar, voava festiva, descrevendo círculos, uma indiferente andorinha.
Mas alguém, que passara despercebido, o frade encarregado da limpeza da igreja, que tudo assistira absorto, aproxima-se da moribunda e levantando do rosto a velha veste, toma-a nos braços e diz: “Deus do amor, do perdão, que não advoga vingança, perdoa esta mulher. Corri mundos, gastei minha fortuna na ilusão do esquecimento, tornei-me frade, o mais humilde do convento”.
Aflito, o velho frade, o serviçal do templo, em gritos, implora perdão a Deus.
No altar, o rosto sereno da Virgem, repousa. E, enquanto ela morre, ele, delirante, beija os lábios da própria esposa!...


                    “In Tanta incostantia, Turbaque Rerum Nihil Nisi Quod Proeterit Certum Est” (“na grande turba inconstante das coisas, só é certo aquilo que já passou”), - afirmava-o Sêneca, “diante da imutabilidade irrevogável do passado, que nem os Deuses têm o poder de destruir”. Realmente, segundo Schopenhauer, “graças à sua razão, o homem não fica como o animal, fechado dentro dos limites estreitos do presente visível; conhece ainda o passado, que é infinitamente mais extenso e a fonte, donde decorre o presente”... “Um povo, que não conhece a sua própria História, está limitado ao presente da geração atual: esse povo não compreende nem a sua própria natureza, nem a sua própria existência na impossibilidade em que está de as relacionar com o passado, que as explica; e muito menos pode antecipar alguma coisa do futuro. Somente a História pode dar a um povo a inteira consciência de si próprio”. (“LE MONDE COMME VOLANTÉ ET COMME REPRESENTATION”, tradução de A. Bourdeau, Paris, 1890, volume III, página 256).




30.  LOCALIZAÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO

                   O Tempo passa ou passamos nós?
                   Há uma qualidade não-material específica,  fluxo responsável sobre a seta do tempo, esta imaginária. O questionamento físico/filosófico do conceito de tempo é complexo. Preocuparam-se com a conceituação espaço/tempo, Platão, Leibnitz, Newton, Heráclito, Zenão, Aristóteles.
                   Também Santo Agostinho preocupou-se com a temática. “Se ninguém me pergunta o que é, eu o sei; se me pedem explicações, já não sei mais”. Para ele o correto seria falar no presente do passado, no presente do presente e no presente do futuro. Estão em nosso espírito. O presente das coisas passadas é a memória; das coisas presentes,  a visão direta; das coisas futuras, a espera.
                   Porém, eu me pergunto: existe o tempo? Obrigo-me a conviver com meu reflexo no espelho, seria isto a ação implacável do tempo?
                   Maravilhosamente, eu que saí do tempo, volto para ele, dele falo, em outros eras, embora esteja numa outra esfera, estado, ao qual entendo, porque nele estou.
                   Passei pelo tempo, volto para ele e, em sua sintonia, fui e sou e serei. Existo na essência,  precursora de minha existência.
                   Somos intemporais.

31. O BISPADO E A ADMINISTRAÇÃO DE SÃO PAULO

                  Coube, ao Bispado, importante tarefa na formação embrionária da administração de São Paulo. As classificações paroquiais permitiram as divisões administrativas da cidade. A cidade de São Paulo, fundada pelos padres jesuítas, reestrutura-se, mercê da distribuição demográfica dos bairros e paróquias.
                   Quando o morgado de Mateus assume o governo da Capital de São Paulo, adota os parâmetros para a divisão administrativa eclesiástica, objetivando a imposição da cobrança de tributos. Em contrapartida, procurou pagar, com regularidade, as côngruas dos párocos, assim como, reformar as igrejas, em péssimo estado de conservação, em estado de ruína, caso do Colégio e edifícios contíguos, sequestrados dos jesuítas.
                   Junto às igrejas funcionavam as irmandades religiosas, fator de aglutinação do povo, dos ricos ou dos pobres. Com o surgimento das irmandades, nasciam as associações de classe, porque a irmandade da época, tanto era confraria religiosa, quanto associação de classe. Eram associações racistas. Das irmandades de homens retos, não participavam homens brancos, nem pardos ou vice-versa. Competia-lhes procurar irmandade correspondente à sua classe e cor.
                   Assim, a Irmandade da Misericórdia foi fundada em 1606; a do Santíssimo Sacramento, em 1695; a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, em 1724; entre outras, a dos Homens Pardos de Nossa Senhora da Boa Morte, em 1802; a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em 1810; e a de Nossa Senhora dos Remédios, em 1812.


32. MINHA FAMÍLIA AMADA
(Confesso pelo meu antepassado)

                   “Eis minha confissão: penitencio-me diante de Deus, sob o testemunho dos homens, no efetivo propósito de minha redenção. Encerrada a cerimônia da procissão, tomei consciência de indescritíveis fraquezas em todo o percurso de minha trajetória existencial. Porém, alegro-me infinitamente, pleno de ufania, por haver gerado um filho tão amado. Visita-me, costumeiramente. Sua presença me faz feliz. Sou bispo e ele me diz: “meu pai”!... Essa expressão me dá plenitude. É intelectual. Conversa comigo sobre os autores europeus. Devorador do conteúdo de livros, na maioria, exemplares, que lho dou de presente. Quando o visito, pergunta-me incontinente: trouxeste-me alguma novidade? Conhece filosofia, comenta Voltaire, Rousseau, Montesquieu, com enorme familiaridade. Leu os autores portugueses, italianos, espanhóis e ingleses. Passamos horas falando de caçadas. Conta-me sobre a fazenda “Montes Claros”. É perfeito e clássico narrador. Relembro-lhe a Ilha da Madeira, as cidades portuguesas, os costumes lusitanos. Mantém curiosidade imensa sobre Coimbra. Tenho lhe dito tudo sobre nossas origens. Meus netos levam-me aos quatro cantos, quando na Fazenda. Vamos todos pescar no lago e, pela manhãzinha, rezam comigo na capela. Todos recitam, em latim, a santa missa.  À tardinha, oramos juntos à Ave Maria. Nosso convívio é permanente celebração. Os mais novos disputam minhas pernas, quando percebo, em duplas. Acariciam-me as mãos, o rosto, falam-me palavras de ternura. Chegada a hora da despedida, choramos juntos, em saudosos amplexos. Jamais soube de família mais feliz. Nosso lar tem as bênçãos divinas. Pudéssemos, nossa convivência seria diária, diuturna. Entretanto, perto ou distantes, nos lembramos a cada momento.
                   Nosso encontro já estava programado. Formamos um quadro pré-existente. Fomos chegando, individualmente. Já éramos uma consciência. Deus nos permitiu tanta felicidade. Como é bom amar!...”
(Com base no que ouvi de minha avó, Amélia Augusta de Andrade)


33. PULVIS VETERUM RENOVABITUR

(O pó dos velhos será renovado)

            Se alguém, num ato de humildade, me pedir um conselho, dir-lhe-ei:  jamais renegues tua origem!...
           O pó dos velhos há de ser renovado. Somos aquilo que foram nossos maiores. Estamos na nascente do rio do qual viemos. A essência precede à existência.
           Não percamos nossa identidade. Guardemos, da infância, a integral naturalidade. Ao nos tratarem por um apelido, estaremos sendo acariciados por aquele, que nos ama sinceramente. Os títulos honoríficos são troféus de latão. Caminhemos, serenamente, sem nos envolvermos pelos aplausos dos bajuladores. Estes são narcisistas e cultuam a própria personalidade, objetivando dividendos. Somente nos respeitam os isentos de interesses inconfessáveis.
          As glórias desta existência são efêmeras. As únicas flores legítimas, são as nascidas, naturalmente, à orla de nosso caminho, de forma espontânea e generosa. Apreciemos o gorjeio dos pássaros livres. Estes não são membros de orquestra encomendada.
          Jamais hostilizemos a quem nos respeita. Não nos é dado o direito de detratar por emulação. Quando necessitarmos advertir um nosso semelhante, façamo-lo discretamente, na intimidade, sem audiência de platéia. A canalha delira diante do constrangimento dos mais fracos.
          Formemos, com nossa conduta, a sementeira do amor.
         Dessa forma, encontraremos paz ampla e generosa, no sentido exato da palavra, não a tranquilidade podre e estagnada dos pantanais, nem a concórdia eriçada de mentiras de determinados políticos, falsos salvadores da Pátria, mas o sossego traduzido em felicidade, esse equilíbrio tão necessário, entre nosso mundo interior e o meio, que nos cerca. Assim, nossos horizontes estarão sempre mais e mais abertos, porque o orgulho e a presunção edificam o mais desgraçado e abominável dos cárceres!... (57)


34. IMPERIAL CIDADE

                   Agosto de 1822. Vinte e quatro anos incompletos, o príncipe- regente, exatamente no dia quatorze, inicia sua viagem a São Paulo, com cinco auxiliares, dentre eles, Francisco Gomes da Silva, alcunhado Chalaça, imediato para questões de Estado e alcoviteiro, Francisco de Castro Canto e Melo, alferes de 23 anos, originário de São Paulo, filho do militar Francisco de Castro Canto e Melo. Vieram pelo Vale do Paraíba, por Areias, Lorena, Guaratinguetá, Pindamonhangaba, Jacareí. A comitiva foi engrossando pelos filhos ilustres de abastados fazendeiros. Chegaram ao arrabalde da Penha, em 24 de agosto, décimo dia de viagem, donde avistaram as pontas das torres das igrejas, numa visão fantástica do limiar do horizonte, onde acamparam por precaução. D. Pedro, para consolidar o poder, entendia necessário pacificar os ânimos na cidade de São Paulo.
                   São Paulo, com a volta de José Bonifácio, estava a conspirar. Entretanto, D. Pedro enviou Chalaça e o alferes Canto e Melo para observar. De volta, informaram-no da “mais perfeita quietação” da cidade. No dia seguinte, o príncipe ouviu missa na igrejinha da Penha e, em seguida, rumou para o centro de São Paulo.
                   Não devo prosseguir sem antes relatar das razões da desnecessária apreensão. A Revolução constitucionalista do Porto, resultou, como consequência, a volta de D. João VI a Portugal e a expansão das idéias liberais. Em São Paulo, José Bonifácio foi o catalisador do ideário. Com 58 anos, morava na sede de antiga fazenda dos jesuítas, após 36 anos na Europa, quando se tornara célebre como cientista, fundando a cadeira de mineralogia na Universidade de Coimbra. Instalara-se, inicialmente, em Santos, sua terra natal.
                   Em abril de 1821 chefiou um movimento conspiratório com  membros do Senado da Câmara e chefes das guarnições militares. Pretendia-se formar, em São Paulo, um governo provisório, segundo o movimento constitucionalista português. Amanhecia o dia 23 de junho, no largo de São Gonçalo, ouve-se o sino, era o sinal convencionado para reunir-se o povo e a tropa, na verdade, civis grados da cidade,  chefes militares e quem quisesse aderir.
                   Estava montado o espetáculo, nos moldes, estilo ibérico, volta aos velhos costumes de agitação insubordinada, porém, com idéias e ideais. Providenciou-se a presença do futuro Patriarca, com entrada gloriosa no recinto da Câmara, com a seguinte expressão: “Senhores, sou muito sensível à honra que me fazeis, elegendo-me presidente do governo provisório que pretendeis instalar”. “Pela felicidade de minha pátria farei os mais custosos sacrifícios, até derramar a última gota de meu sangue”. Da janela da Câmara, declinou os nomes, entendidos dignos, de figurar no governo. Figura singular a desse mais elevado brasileiro daquela época, sugeriu continuasse o governador João Carlos de Oyenhausen. Sua atitude adotava a mesma estratégia utilizada alguns meses após, quando da articulação da Independência, preservando no trono o príncipe português. Expressou, ainda: “Senhores, este deve ser o dia da reconciliação geral entre todos”. “Desapareçam ódios, inimizades e paixões”.
Contudo, a multidão concordou, desde que José Bonifácio aceitasse o cargo de vice-governador. Aceito, tudo foi feita.
                   Narro estes sucessos, dez meses antes da viagem do príncipe D. Pedro, porque Manuel Joaquim foi testemunha ocular. Participou do Te Deum, na Catedral, em regozijo. Dom Mateus, já idoso, discutiu ele a fase preparatória. Sua palavra era sempre a de seu tio, e ícone. A notícia da formação do governo provisório foi recebida como homenagem por D. Pedro. Estreitou, mais tarde, os laços com José Bonifácio. Nascia a Independência do Brasil. Em janeiro de 1822, José Bonifácio era nomeado ministro dos Negócios do Reino e dos Estrangeiros. Ia para o Rio de Janeiro, sem se desligar de São Paulo.
                   Quando D. Pedro, em agosto, chegou a São Paulo, era esse o clima de rebelião. Pretendia por ordem na casa. Quando, ainda, em Lorena, através de decreto, dissolveu o governo provisório paulista.
                   Em sua entrada, logo D. Pedro percebeu que o clima era amigo. O povo, formado em alas, o aclamava. Quando chegou à ladeira do Carmo, encontrou o primeiro arco, que ele mandara armar, em frente a residência do bispo, em sua honra. Ali começava a recepção oficial. Sob o arco, o príncipe apeou; sob o pálio, caminhou em direção à Sé. A cada passo, vivas e aclamações. Na Sé, o Te Deum.
                   À noite, luminárias nas fachadas. No dia seguinte, o beija-mão. Nos  seguintes, as delegações de vilas do interior – Itu, Campinas, Sorocaba.
                   O governador deposto, Oyenhausen, nesse dado momento, encontrava-se preso no Rio de Janeiro, donde foi deportado.

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